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A Contribuição de Jesus Enquanto Esteve Encarnado na Terra - Guilherme Kremer

Atualizado: 15 de dez. de 2020

Jesus, o dom do amor

Frederico G. Kremer

A essência da ética de Jesus é o amor. Todas as escolas cristãs reconhecem e concordam com esta visão, não havendo, pelo menos neste aspecto, discordâncias ou contestações. Em todos os momentos do Seu ministério público, mesmo nos mais dolorosos e difíceis, o Mestre manifestou o verdadeiro amor, isto é, aquele que doa e renúncia.

Durante a ceia Pascal, ocorrida na noite anterior à Sua crucificação na sexta-feira, o Mestre afirmou: "Quem me vê, vê a meu Pai" (Jo 14.9).Considerando-se esta declaração, podemos concluir que Jesus veio revelar a verdadeira face de Deus, ou seja, a do amor e misericórdia. Um Deus preocupado com todos, inclusive e, principalmente, com os pecadores e perdidos. Um Deus preocupado com a salvação e não com o juízo.

Até Jesus, a face de Deus era a da justiça, embora os profetas hebreus tivessem proclamado a necessidade da misericórdia. No século VIII a.C., o século dos grandes profetas, Isaías, Amós, Oseias e Miqueias ensinaram para o povo hebreu que a misericórdia é mais importante do que os sacrifícios.

Com a face da justiça, a relação do homem com Deus é baseada mais no temor do que no amor. Por esta razão, eram realizados os sacrifícios de animais, numa cerimônia ritualística, onde, ao final, a criatura ficava de bem com Deus. Esses sacrifícios eram frequentemente realizados no Templo de Jerusalém.

Jesus chegou a utilizar um dito de Oseias, que resume a supremacia do amor: "Deus não quer sacrifícios, Deus quer misericórdia" (Os 6.6).Podemos, assim, em qualquer momento de nossas vidas, mesmo diante das mais graves faltas, restaurar nossos caminhos com a misericórdia. Evidentemente que, se não escolhermos a misericórdia, nos será imposto, por misericórdia, o sacrifício. Os livros da doutrina espírita nos fornecem vários exemplos dessa realidade. Exemplificando o seu discurso de amor, a vida de Jesus foi uma verdadeira epopeia de amor. Assim, além de mostrada concretamente, a ética de Jesus foi fundamentada num novo mandamento.

Ensinando no Templo de Jerusalém, na terça-feira da semana da Páscoa que culminaria com a Sua crucificação, o Mestre foi questionado pelos fariseus sobre qual era o maior mandamento, e anunciou: "Amarás a Deus sobre todas as coisas e com todas as forças do teu coração, e ao próximo como a ti mesmo, sendo que este mandamento é equivalente ao primeiro" (Mt 22.34-40).

O amor a Deus já era bastante conhecido e fazia parte do Deuteronômio, como grande mandamento. O amor ao próximo era recomendado no Levítico, mas sem ligação com o mandamento maior. Jesus trouxe um novo mandamento, unificando o amor a Deus e ao próximo, visto serem equivalentes.

Assim, com Jesus, o próximo ganhou importância fundamental em nossas vidas, tomando-se uma ponte de ligação com o Pai. Normalmente, na ignorância, o próximo é nossa muleta psíquica, pois sempre imputamos a ele a culpa de nossas ações equivocadas. Por outro lado, somos sempre instrumentos da Lei. Da justiça, quando somos ignorantes e da misericórdia, quando evoluídos.

A medida do amor ao próximo é o amor a si mesmo. O ponto de partida, portanto, é o amor a si mesmo. Quem não se ama, não consegue amar a ninguém.

Santo Agostinho, no início do século V, refletiu sobre este mandamento porque se você deve amar a Deus com todas as forças e energias não sobraria amor para mais ninguém. Ele mesmo decifrou a questão ao afirmar que Deus está dentro de nós. Assim, amamos a Deus, amando o próximo.

Evidentemente o amor tem gradações e poderíamos perguntar qual o maior amor.

Ainda, durante a famosa ceia Pascal referida acima, Jesus sabendo que a Sua morte aconteceria no dia seguinte, afirmou:

“Ninguém tem maior amor do que àquele que dá sua vida pelos seus amigos.”

De igual maneira Jesus afirmou: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

A medida do amor está no sacrifício realizado dosseus próprios interesses em favor do ente amado. Assim a maior medida é a própria vida.

Os apóstolos aprenderam a lição.

Paulo na epístola aos Romanos 8 afirmaria: “Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.” O apóstolo da gentilidade seria decapitado em Roma no ano 67 d.C.

Dos 12 apóstolos de Jesus, 10 foram sacrificados. O primeiro foi Tiago maior no ano 44 por ordem de Herodes Ântipas. Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em 67 na cidade de Roma. João evangelista conseguiu sobreviver a um caldeirão de azeite fervente em Roma e foi desterrado na ilha de Patmos onde recebeu o Apocalipse, por volta do ano 100.

Hoje não testemunhamos com a vida, mas sacrificamos a vida em favor dos que amamos.

Jesus foi o dom do amor trazido a Terra. Tenhamos a certeza de que, nos dias que correm, onde enfrentamos as tribulações da pandemia do Covid19, a humanidade só tem um caminho a percorrer: o amor solidário.

Por fim, gostaríamos de destacar uma propriedade muito importante do amor e que foi abordada em O evangelho segundo o espiritismo, no capítulo 11.Quanto mais é doado, repartido e dividido, o amor mais cresce, enriquece e aumenta.

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