Disponibilidade: cura para indiferença, por Mariane Martins.
Certa vez em uma roda de amigos conversávamos sobre o que valorizamos em uma amizade. Ouvi uma resposta que nunca esqueci e que me levou a profundas reflexões: "Eu valorizo a disponibilidade."
Mas o que é estar disponível ao seu próximo? É a doação de si mesmo. Estar disponível é mostrar para quem está do seu lado que você tem sim tempo para tomar um café, para atender uma ligação em um horário supostamente importuno, que você está disposto a ouvir, que você é alguém com quem se pode contar nas horas boas e ruins.
Estar disponível é se doar nem que seja por 5 minutos a quem está ao seu lado independente de ser um amigo ou um completo desconhecido. Disponibilidade é a caridade de estar disposto a doar seu tempo, sorriso e paciência.
É perceber que a indiferença é sim uma doença: a enfermidade da falta de amor ao próximo. Em tempos tão tecnológicos e corridos, parece que a humanidade vive o virtual e o futuro. Deixamos de aproveitar momentos de alegria para estarmos supostamente conectados ao mundo o tempo todo e não nos propomos a nos conectar com quem está ao nosso lado. Vivemos sempre pensando no que temos que fazer e, muitas vezes, deixamos passar o que estamos fazendo no presente momento.
A "falta de tempo" é utilizada como justificativa para a indiferença, mas entender que, na verdade, não controlamos nada, entender que em um instante todos os planos podem mudar e que precisamos aproveitar quem temos, quem somos e o que cultivamos no nosso caminhar talvez seja a chave para praticarmos a tal disponibilidade.
Amigos, que estejamos mais disponíveis a doar o nosso amor, a sorrir para aqueles que cruzamos ao longo do dia, a agradecer quem nos oferece qualquer tipo de ajuda, a responder uma mensagem de boa noite que recebemos antes de dormir.
Que possamos entender que a caridade pode ser praticada de diversas formas e que a nossa presença por inteiro é por vezes o maior bem que podemos oferecer para aqueles que cruzam o nosso caminho.
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