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Parte 1 - Capítulo 5: "O reconhecimento"

Atualizado: 9 de ago. de 2023

Memórias de Um Suicida

Parte I – Réprobos

Capítulo V – O reconhecimento


Recebemos um honroso convite da diretoria do Hospital para assistirmos a uma reunião de estudos e experimentações psíquicas que Jerônimo se negou a aceitar. Na tarde daquele mesmo dia em que visitara a família, ele, profundamente desolado, solicitava a presença de um sacerdote, pois como católico-romano pensava em revigorar a fé no Poder Divino e serenar o coração despedaçado.

O orientador do Departamento Hospitalar aceitou. Seria bom para ele ter a linguagem que mais lhe inspirava respeito e confiança como aquela que lhe prepararia para a adaptação à vida espiritual.

Na Legião dos Servos de Maria e até mesmo na Colônia que nos abrigava, existiam Espíritos eminentes que foram sacerdotes em vidas passadas, honrando-as de ações enobrecedoras. Dentre vários destacava-se o padre Miguel de Santarém, servo de Maria, discípulo respeitoso e humilde das Doutrinas.

Era o diretor do Isolamento – instituição anexa ao Hospital Maria de Nazaré que exercia métodos educativos severos, por hospedar apenas indivíduos reativos, prejudicados por excessivos prejuízos terrenos ou endurecidos nos preconceitos

e nas mágoas profundas.

Portador de admirável paciência, humildade, e conformidade, tocado de paternal compaixão por todos os Espíritos de suicidas, era o mentor adequado aos internos do Isolamento. Além de sacerdote era também filósofo profundo, psicólogo e cientista. Já estudou Doutrinas Secretas na Índia, em vidas passadas, mas mostrou mais inclinação para o desempenho do apostolado cristão. Sua última existência fora em Portugal, onde recebera o nome usado no além-túmulo.

Irmão Teócrito entregou o penitente Jerônimo a Miguel, certo da sua capacidade de resolver problemas de tão espinhosa natureza. E foi assim que, naquela mesma tarde, Jerônimo se transferiu para o Isolamento, e desse dia em diante perdemos de vista o pobre comparsa de delito indo revê-lo apenas um ano depois.

Chegando ao Instituto do Astral fomos levados aos gabinetes clínico-psíquicos onde era ministrado um tratamento magnético todas as manhãs, que foi rapidamente nos deixando mais confortados e gradativamente fortalecidos.

Entrávamos, cada grupo de dez, para uma antecâmara e várias dependências como essa, situadas em extensa de estilização hindu, convidando à meditação.

Passávamos então ao ambiente dos trabalhos, repletos de uma fosforescência azulada, então ainda imperceptível à nossa capacidade espiritual. Havia pequenos

coxins orientais parecidos com pelúcia branca, e dispostos em semicírculo,

para nos sentarmos. Seis varões hindus esperavam os pacientes, indianos psiquistas.

O ambiente estava cheio de uma unção religiosa que atuava poderosamente sobre nossas faculdades, levando ao impulso de religioso fervor. Pelas primeiras vezes que penetramos esses gabinetes sentimos uma invencível sonolência, quase um estado de semiconsciência.

Sentávamo-nos nos alvos coxins e cinco desses médicos espirituais postavam-se atrás, distanciados uns dos outros por espaço simétrico, até atingirem um em cada extremidade do semicírculo. O sexto colocava-se à frente, como fechando o círculo dentro do qual ficávamos nós, prisioneiros - os braços cruzados à altura da cinta, a fronte atenta e carregada, como expedindo forças mentais dominadoras, mas caridosas.

Em surdina vibravam ao nosso redor sussurros harmoniosos de prece. Mas

não saberíamos distinguir se oravam, se nos advertiam ou se nos doutrinavam. O que não nos deixavam dúvidas, era que atravessavam nosso pensamento com os poderes mentais que possuíam, investigando nosso caráter e personalidade para definirem qual a corrigenda mais acertada.

A vergonha por havermos pretendido burlar as Leis Superiores da Criação, o remorso pelo descaso à vida e a amargura de havermos dedicado nossas energias aos gozos inferiores da matéria, eram estiletes que nos penetravam durante a vistoria a que nos submetíamos.

Nossa vida, que o suicídio interrompera, era assim reproduzida desde a infância aos nossos olhos aterrorizados, sem que fosse possível determos. Ao fim de alguns minutos paravam a operação e esvaía-se o torpor. As sombras do passado eram expungidas de nossa visão, recolhidas a subconsciência,

aliviando a crueza das recordações.

Amorosa compaixão derramava-se pelas atitudes dos auxiliares hindus, que, aproximando-se, espalmavam sobre nossas cabeças as mãos. Compassivos, os fluidos beneficentes iriam, gradualmente, ajudam-nos a corrigir as impressões de fome e de sede; a postergar a sensação de frio intenso, atenuar os vícios.

Sugeriam fazer o exercício da educação mental para varrer o dramático hábito de nos socorrermos a nós mesmos, na ânsia de nos aliviarmos do sofrimento físico que o gênero de morte nos provocara, como estancar hemorragias, se desfazer dos farrapos de cordas ou trapos que pendiam do pescoço dos enforcados, ou os "retalhados" por trens, a se curvarem na ilusão de recolherem os fragmentos ensanguentados do corpo carnal.

Tais gestos, repetimos, porque o instinto de conservação imprimiu na mente o impulso primitivo para a tentativa de salvamento na hora do suicídio, e isso resultou em um vício nervoso mental, acontecendo através das vibrações, repercutidas na mente e transmitidas à organização físico-espiritual.

Somente a Caridade, sempre pronta a proteger os que padecem, corrigindo e amenizando males e sofrimentos, poderia impor sua benevolência à anomalia

de tantos desgraçados. Enquanto colocavam as mãos sobre nossas cabeças, envolvendo-as em ondas magnéticas, os irmãos operadores murmuravam: "- Lembrai-vos de que já não sois homens!... Ao afastar-vos daqui não deveis pensar a não ser na vossa qualidade de alma imortal, a quem não mais devem afetar os distúrbios do envoltório físico-carnal!... Sois Espíritos! E será como Espíritos que devereis prosseguir a marcha progressiva nos planos espirituais!"

Os componentes da nossa falange poderiam ser qualificados como dóceis às orientações fornecidas. Um ou outro mantinha-se menos homogêneo, oferecendo problema mais sério. Ainda assim, era certo que a maioria se conservava fortemente animalizada, consequência da inferioridade do caráter próprio ou resultado da violência do choque ocasionado pela brutalidade do suicídio. Mesmo assim, foram igualmente encaminhados ao local da reunião.

Observando os antigos companheiros do vale de trevas, vi que, assim como nós, se esforçavam para corrigir os feios cacoetes. Então, riam-se de si mesmos em comovedores desabafos, e uns para os outros como a se felicitarem mutuamente pelo alívio recebido através da informação de que já não deveriam sentir aquelas impressões... era como se o riso sacudisse vibrações tormentosas.

Sentamo-nos ao sinal de Roberto. Vaporizações fluídicas impregnavam o recinto com boas vibrações. Irmão Teócrito tomava lugar na cátedra ladeado por dois instrutores a quem deveríamos o máximo respeito. Satisfeitos, reconhecemos nestes, os dois jovens hindus que nos receberam antes: Romeu e Alceste.

Seis melodiosas pancadas de um relógio ecoaram anunciando o início da reunião. E cântico harmonioso de prece elevou-se enquanto se desenhava em uma tela o sugestivo quadro da aparição de Gabriel à Virgem de Nazaré, participando a

descida do Redentor às ingratas praias do Planeta.

Levantando-se, o diretor fez breve e emocionante saudação a Maria. Doce refrigério estendeu-se sobre nossos corações. As lágrimas irromperam e emoções gratas ergueram-se, acordadas pelas lembranças do lar, da infância... Como tudo isso estava distante, quase apagado sob as voragens das desgraças. Tais lembranças ressuscitavam o beijo materno em nossas frontes abatidas enquanto profundas saudades dilataram nossos pensamentos, predispondo-os à ternura.

Nessa primeira aula a incerteza quanto ao nosso estado espiritual, foi hábil e caridosamente removida de nossa compreensão, deixando que a luz da verdade, sem constrangimentos, se impusesse à evidência. Ficamos categoricamente convencidos da nossa qualidade de Espíritos separados do envoltório corporal terreno, o que até então, para a maioria, era motivo de confusões e assombros incompreensíveis!

Belarmino de Queiroz e Sousa, individuo culto, adepto das doutrinas filosóficas de

Augusto Comte, foi convidado, dentre outros que depois receberam o privilégio, a subir ao estrado onde se realizaria a experiência instrutiva.

Colocaram à frente do aparelho luminoso ao qual ligaram-no por tênues fios de luz. Enquanto Alceste o ligava, Romeu informava-o, em tom grave, de que conviria voltar a alguns anos passados de sua vida, coordenando os pensamentos na sequência das recordações, partindo do momento exato em que a resolução trágica se apossara das suas faculdades.

Belarmino obedeceu, passivo e dócil a uma autoridade para que não possuía

forças capazes de desagradar. E, recordando, reviveu os sofrimentos oriundos da

tuberculose que o atingira, as lutas sustentadas consigo mesmo ante a ideia do suicídio, a tristeza inconsolável, a agonia que se apoderara de suas faculdades em litígio entre o desejo de viver, o medo da moléstia, e a urgência do suicídio.

A proporção que se aproximava o desfecho, porém, o filósofo comtista esquivava-se, recalcitrando à ordem recebida. Suores gelados como lhe banhavam a fronte, onde o terror se acentuava, estampando expressões de desespero a cada novo arranco das dolorosas reminiscências...

Na tela fosforescente à qual se ligava, iam-se reproduzindo as cenas evocadas pelo paciente, fato empolgante que a ele próprio, como à assistência, facultava a possibilidade de ver, de presenciar todo o drama que precedeu o seu ato e as minúcias lamentáveis do execrável momento! A este seguiam-se as situações de além-túmulo consequentes, as confusas sensações que durante tanto tempo o mantiveram enlouquecido.

Enquanto o primeiro operador auxiliava o paciente a extrair as recordações

próprias, o segundo comentava-as explicando os acontecimentos em torno do suicídio. Fazia-o mostrando os fenômenos decorrentes do desprendimento do ser

do seu casulo corporal, violentado pelo desastroso gesto contra si mesmo.

Esses extraordinários panoramas vieram anular as convicções materialistas

do filósofo, já bastante estremecidas, permitindo-lhe aceitar a separação do seu espírito do corpo.

Por esse eficiente método, a grande maioria pôde compreender a razão da ardência indescritível dos sofrimentos pelos quais vinha passando, das sensações físicas atormentadoras que ainda tinham.

E chamou atenção a todos os fragmentos reluzentes, como se de uma corda ou um cabo elétrico arrebentados que os suicidas traziam consigo. Esse cordão, pela morte natural, será brandamente desatado, desligado das afinidades que mantém com o corpo carnal, através de caridosos cuidados de obreiros da Vinha do Senhor, enquanto que, pelo suicídio, é ele violentamente despedaçado, e, as fontes vitais, cheias de seiva para o decurso de uma existência às vezes longa, tornam esse rompimento mais doloroso.

.

Para nos desfazermos do profundo desequilíbrio que essa consequência produzia em nossa organização fluídica seria preciso voltar a animar outro corpo, pois se não fizéssemos, seriamos criaturas desarmonizadas com as leis que regem o Universo.

No entanto, Belarmino debatia-se, revivendo as danosas aflições que o acometeram, enquanto a assistência, solidária, tirava daquela pavorosa demonstração ocorrências que a si diziam respeito.

Não é porque o homem desejou se livrar da existência pelo suicídio, não quer dizer que tenha se eximido das situações que o desgostava. Pior, acumulou problemas piores, mais difíceis que os que afetavam, os quais seriam certamente suportáveis se educação moral sólida. Essa educação orientadora, salvadora de desastres, o homem não recebe na terra porque não quer, preferindo desperdiçar

oportunidades proporcionadas pela Divina Providência, para mais livremente englobar-se às sombras paixões mantenedoras dos vícios.

Falta empreender esforços para a iluminação interior de si mesmo, a reeducação moral, mental e espiritual. Ele nem mesmo compreende que possui uma alma

dotada dos germens divinos para a aquisição de excelentes dons morais e espirituais eternos.

O desenvolvimento desses germens se dá através do glorioso trabalho de ascensão para Deus, para a Vida Imortal!

Como vedes, destruístes o corpo material, no entanto, nem desaparecestes, como desejáveis, nem vos libertastes dos dissabores que vos desesperavam.

A Vida é imortal, jamais se extinguirá e jamais deixará de projetar sobre a vossa consciência o impulso irresistível para a frente, para o mais além, para a evolução.

“Sois a candeia de valor inestimável, fecundada pelo Foco Eterno que entorna da Sua Imortalidade por sobre toda a Criação que de Si irradiou, concedendo-lhe

as bênçãos do progresso através dos evos, até atingir a plenitude da glória na comunhão suprema do Seu Seio!”

Reanimado pelos distribuidores de energias magnéticas, Belarmino voltou ao seu lugar enquanto outro paciente subia ao estrado para novo exame demonstrativo.

Voltava, porém, refletindo no semblante uma como aleluia de esperanças! Assimilou a ideia da existência concreta do "eu" imaterial, do ser espiritual e a certeza da imortalidade o deixou muito feliz. Quis nesse momento voltar a estudar.

Nos dias subsequentes, durante as mesmas reuniões fomos levados a examinar os atos errôneos praticados no transcurso da vida que destruímos. Assistidos pelos mentores retroagimos com o pensamento até à infância e voltamos sobre os próprios passos, e, muitas vezes banhados em copioso pranto, e invariavelmente desapontados, confessamo-nos os próprios autores dos desenganos que nos levaram para o suicídio.

Jovens que haviam tombado no primeiro choque com as contrariedades da vida,, sem ideal, sem senso, sem respeito a si mesmo, à Família e a Deus! As desgraças por eles encontradas, além do suicídio, eram como atestado de irresponsabilidade dos pais ou responsáveis por eles perante a Deus. Prova da desatenção com que se portaram deixando de disponibilizar edificação moral em torno deles! Os pais que permitiram perniciosas inclinações dos filhos, sem tentar corrigi-las deveriam prestar contas futuramente às Soberanas Leis.

Fazíamos reuniões a fim de aprendermos como de preferência devíamos ter agido para evitar o suicídio. Em vários casos, a solução para os problemas, que abriram as portas para o abismo, encontrava-se a dois passos de distância do sofredor; surgiria o socorro enviado pela Providência ao seu filho bem-amado, dentro de alguns dias, de poucos meses, bastando somente que este se encorajasse para a espera, em glorioso testemunho de vontade, paciência e coragem moral, necessário ao seu progresso espiritual!

Essas instruções proporcionaram sensíveis benefícios a todos nós. A presença dos instrutores passou a constituir motivo de satisfação para nossas almas convalescentes. As palavras que nos dirigiam durante as lições, o trato carinhoso e compassivo dos gabinetes, outras tantas razões para nos considerarmos esperançosos e confiantes.

Das análises levadas a efeito resultava a certeza, cada vez mais esclarecida,

da gravidade da situação em que nos encontrávamos. O fato de estarmos aliviados dos incômodos passados não implicava diminuição de culpabilidade.

E, das instruções caridosamente ministradas destacaremos este esquema que enfeixaremos nestas singelas anotações:

1 - É o homem um composto de tríplice natureza:

- humana, astral e espiritual, isto é,

- matéria, fluido e essência, ou ainda,

- corpo carnal, corpo fluídico ou perispírito, e alma ou Espírito,

sendo que do último é que se irradiam Vida, Inteligência, Sentimento, etc., – centelha onde se verifica a essência divina e que no homem assinala a hereditariedade celeste!

Desses três corpos, o primeiro é temporário, fadado à desorganização total por sua própria natureza putrescível, oriunda do limo primitivo: - é o de carne.

O segundo é imortal e tende a progredir, desenvolver-se, aperfeiçoar-se através dos trabalhos incessantes nas lutas dos milênios:

- é o fluídico; ao passo que o Espírito, eterno como a Origem da qual provém,

luz imperecível que tende a rebrilhar sempre mais aformoseada até retratar em grau relativo o Fulgor Supremo que lhe forneceu a Vida, para glória do seu mesmo Criador

- é a essência divina, imagem e semelhança (que o será um dia) do Todo-Poderoso Deus!

2 - Vivendo na Terra, esse ser inteligente, o homem, é um Espírito encarcerado num corpo de carne ou encarnado.

3 - Um Espírito volta várias vezes a tomar novo corpo carnal sobre a Terra, nasce

várias vezes a fim de tornar a conviver nas sociedades terrenas, como Homem,

exatamente como este é levado a trocar de roupa muitas vezes.

4 - O suicida é um Espírito criminoso, falido nos compromissos que tinha para com

as Leis do Criador, e que se vê obrigado a repetir a experiência na Terra, tomando corpo novo, uma vez que destruiu aquele que a Lei lhe confiara para instrumento de auxílio na conquista do próprio aperfeiçoamento.

5 - O Espírito de um suicida voltará a novo corpo terreno em condições muito

penosas de sofrimento, agravadas pelas resultantes do grande desequilíbrio

provocado no seu corpo astral, isto é, no perispírito.

6 - A volta de um suicida a um novo corpo carnal é a lei. É expiação irremediável, à qual terá de se submeter voluntariamente ou não.

7- Sucumbindo ao suicídio o homem rejeita o caminho sagrado; facultado por

lei, para a conquista de situações honrosas e dignificantes para a própria consciência. Os sofrimentos, quando suportados, dominados pela vontade soberana de vencer, arrancam da consciência culposa o peso de um passado criminoso em vidas anteriores. Mas, se preferir o homem a fuga às labutas promissoras, retardará a satisfação dos desejos, visto que jamais poderá destruir a fonte de sua Vida pois ela reside em seu Espírito e este é indestrutível e eterno.

8 - Na Espiritualidade raramente o suicida permanecerá durante muito tempo.

Descerá à reencarnação prontamente ou adiará o cumprimento daquela inalienável necessidade se as circunstâncias atenuantes permitam o ingresso em cursos de aprendizado edificante.

9 - O suicida é como que um clandestino da Espiritualidade. As leis que regulam a

harmonia do mundo invisível são contrariadas com sua presença.

10 - Renascendo em novo corpo carnal, remontará o suicida à programação de

Trabalhos dos quais imaginou erradamente poder escapar; experimentará novamente tarefas, provações semelhantes ou idênticas às que tentou fugir e passará inevitavelmente pela tentação do mesmo suicídio. Se, contudo, vier a falir por uma segunda vez multiplicar-se-á sua responsabilidade, multiplicando-se, por isso mesmo, as pelejas reabilitadoras.

11 - As situações anormais que se decalcam e sucedem na alma, na mente e na vida de um suicida reencarnado, indescritíveis à compreensão humana e só assimiláveis por ele mesmo, somente lhe permitirão o retorno à normalidade ao findar das causas que as provocaram, após existências expiatórias.

Tais deduções não nos deixavam, absolutamente, ilusões acerca do futuro

que nos aguardava. Cedo, portanto, compreendemos que, na espinhosa atualidade que vivíamos, um roteiro único apresentava-se como recurso a possíveis suavizações em porvir cuja distância não podíamos prever: - submetermo-nos aos imperativos das leis que havíamos infringido, observarmos conselhos e orientações fornecidos por nossos amorosos mentores, deixando-nos educar e guiar ao sabor do seu alto critério, como ovelhas submissas e desejosas de encontrar o consolo.

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