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No país dos Renascimentos - Capítulo 6

Os Abades no Tempo



A coisa estava muito séria. Porque teríamos que ser destronados dos nossos mais santos conceitos sobre a vida? Éramos sábios, teólogos, filósofos. Havíamos passado nossas vidas na pregação do Evangelho e nas argumentações do Velho Testamento sobre a conduta humana. Sim, aquele repositório de delícias celestiais está longe de ser lido e decifrado pelas mentes ignorantes que os vasculham com insensatez. Não era o nosso caso. Horas e dias, meses e anos, nos dedicamos a perlustrar seus vastos domínios. Eruditos, formamos nossas academias e lecionamos nossas matérias com afinco e determinação. O mundo acadêmico nos respeitava. Nossos concílios bienais criavam compêndios, métodos e argumentações incontestáveis pela plebe incapaz. Viajávamos pelos cantos do mundo. Estávamos onde estivessem pessoas coerentes tentando aprender, enriquecer, tornar-se pródigo de Deus. Nos salões acadêmicos nossas presenças eram exaltadas, nossos paramentos e mesas atentamente atendidos, nossos anfitriões nos recebiam sempre com lágrimas nos olhos e nos acenavam nas despedidas com ar de tristeza. Provavelmente não mais nos teriam para os solilóquios elucidativos da vida do espírito, flama divina a crestar nossos desejos mundanos. Vivemos décadas. Nossos corpos fortes deram-nos como brinde, velhices benfazejas, barbas longas e respeito. Intocáveis que éramos a mídia nos apontavam como opções de pesquisas no campo da espiritualidade.

O tempo, contudo, é implacável. Assim, num determinado dia nos vimos longe de tudo aquilo, numa região obscura de lamentos e sofismas. Nos parlatórios daquele lugar figuras antes venerada assomavam a tribuna para repetir velhas receitas de vida. Aos poucos fomos nos enojando. Aquilo era passado, era antigo demais. Filosofias que não vingariam jamais. Um dia nos reunimos e oramos ao Pai Supremo. Queríamos explicações, merecíamos as justificativas. Veio ao nosso encontro um homem simples, trajando um vestuário de linho comum antes abominável por nós que envergávamos ricas vestes, tais como os deuses o fazem. Ele nos falou com certa sobriedade, com certo ar de conhecimentos. Suas palavras eram lógicas, seus argumentos quase irrefutáveis. Decidimos por segui-lo. Viajamos por entre vastos impérios negros, enrijecidos, doentes, sem cor, sem alegria. Chegamos, enfim, a um pouso no alto de uma colina. Era uma construção sóbria muito própria daquelas com as quais estávamos acostumados.

– Entremos. Disse-nos com firmeza.

Um portão azul se abriu e nos introduzimos em um pátio enorme com vários bangalôs ao derredor. Havia também um vasto salão de reuniões e pequenos templos para reflexões. Tudo simples e grandioso pela paz que exalava. Cada qual ocupou uma morada singela. Na noite daquele dia nos encontramos no salão de reuniões. Era a primeira de muitas reuniões. Tínhamos consciência que não habitávamos mais a crosta terrestre. Na concepção de muitos havíamos morrido. Cada um, porém, ao morrer sentiu-se desperto e nossas mentes procuraram logo nos acalmar fazendo-nos recordar antigas lições da imortalidade. Sim, estávamos na imortalidade, atingíramos o plano cobiçado e preparado pelas virtudes que pregávamos.

Dois anos depois, éramos um grupo de pesquisas sobre o ser imortal. Numa das reuniões, Ansir, nosso próter, inquiriu ao argumentador do local sobre nossos acessos aos Reinos de Deus. Era justo pleitearmos divisões superiores onde habitam as potestades celestes.

– Vossos conhecimentos inflaram vossos egos. Disse-nos aquele homem de tez morena. Alto e esguio.

– Vossas elucubrações em exagero atormentaram vossas mentes desalinhando-as. Continuou com voz pausada e grave.

– Vossas tenacidades bíblicas embotaram vossos raciocínios.

A Bíblia, livro sagrado, ditado por Deus! Quem era aquela personalidade difusa em meio a regiões obscuras da imortalidade para se referir ao livro dos livros da forma que o havia feito. Olhamo-nos e tivemos vontade de sumir dali. Não se ofende as intimidades religiosas de ninguém. Não é justo, nem de direito.

– Não me refiro às vossas conclusões religiosas. Refiro-me às verdades que se mostram nas Leis Universais criadas pelo Pai de todos nós. Voltou a nos falar quase que em sussurro. Calamo-nos. Sentimos que a tonalidade da voz mudou e que novas informações poderiam surgir. Nas assembléias sempre acontece assim. Quando tudo parece caminhar para uma ode ao comum, reviravoltas acontecem convidando-nos a observar.

– Não vos falo dos recursos mnemônicos que possuis. Das horas infindas de pesquisas. Do tempo e do aproveitamento para inocular-vos de Deus. Falo-vos das conclusões apressadas e repetidas nos séculos. Falo-vos da inobservância das entrelinhas bíblicas. Falo-vos dos conceitos pessoais ou de segmentos religiosos. Falo-vos, enfim, da postura filosófica, irredutível e sem luz que muitos pregadores utilizam como tribunos, escritores, ou apreciadores dos textos inseridos no compêndio monoteísta que passa de mão a mão, geração a geração sem a devida introspecção espiritual-filosófica-religiosa com o qual está comprometido. Apreciar a letra é mostrar interesse. Aprofundar no espírito da letra é denotar competência. A competência nas observações bíblicas nem sempre esteve ao alcance de todos os pregadores. Muitos ergueram e erguem o livro sagrado, nas tribunas ou meios de comunicação, apenas para emoldurarem uma faceta ignóbil das suas personalidades e convencem por seus personalismos magnéticos, atraentes, hipnotizadores. A massa ferve por redenção em curto prazo. Todos pleiteiam o convívio com Deus. Poucos se dispõem a ir de par em par, aproveitando cada grão do conhecimento que enriquece. Muitos recolhem suas mãos e se tornam absortos numa fé incompreendida. A fé sem obras. Muitos acreditam piamente que basta orar, glorificar, cantar hosanas, louvar ou pedir. O caminho, contudo, é mais atraente que simples filas indianas percorrendo caminho pobre e infinito. Aqui estamos numa região ainda umbralina do planeta que nos acolhe como filhos de Deus em processo de evolução. Para subir aos planos superiores é preciso retornar. Todos aqui necessitamos do retorno. Sem ele e suas possibilidades de novas construções mentais será impossível para nós vislumbrar e conviver nas regiões de luzes que permeiam os mundos e colonizam o Universo. Sim, retornar para concluir, aprender, organizar, participar. Participar do grande trabalho de Jesus. Tornar-se uno com Ele na sua obra terráquea. Estamos aqui faz tempo. Faz tempo que nos comprometemos com nosso Diretor planetário de sermos luzes vivas em cada porção que habitarmos. Quantas vezes falhamos. Quantas vezes o decepcionamos com nossas penas, nossas palavras, nossas ações nefastas e infelizes. Ao invés de nos julgar e punir, Ele sempre nos ofereceu novas chances e, de novo, acreditou em nossos propósitos. Muitas acham que o Mestre se satisfaz com admiradores passivos. Do alto da Sua compaixão dirige-nos sempre o acalanto da solidariedade e nos oferece as ferramentas do plantio são. De novo na vida, de novo nos erros. As dores surgem. Dores são descargas enérgicas insanas e acumuladas ao longo das nossas condutas contrárias às Leis Divinas. De novo curados, de novo na obra. Assim tem sido o caminhar lento e penoso da humanidade nos milênios, séculos, anos, dias, horas. Tudo é computado, tudo é compartilhado com a justiça, tudo é separado. Há joios que se lançam nos trigais não sabendo se para maculá-los ou inocular-se deles. Há trigos que não sabem que o são e dormitam nos portais da grande lavoura celeste. O joio e o trigo caminham juntos. Representam opções, caminhos, determinações. O crescimento se faz pela justa posição do caminhante com o roteiro seguro, sem infrações, sem torneios espetaculares, sem querelas, torpes vaidades e tendo por escopo principal a humildade e a caridade, antídotos dos restos irracionais vigentes em nossas mentes, embotando o crescimento consciencial. Sejamos, pois, imortais a caminho do bem infinito que começa com o plantio simples da semente no chão do mundo. É-nos, pois, necessário retornar.

Terminada a preleção daquele argumentador, estávamos compungidos. O que queria ele dizer com: “retornar” e “plantio simples da semente no chão do mundo”? Estremecemos. Nosso próter nos convocou a uma reunião. Era necessário analisar a fala daquele homem. Alguém a gravou e a ouvimos, atentos, palavra por palavra.

– Ele está falando de reencarnação! Disse Tales convicto.

Reencarnação. Palavra detestada por nós. Negada pelos nossos mais sábios conceitos de mestres da teologia cristã. Palavra que atormentava nossos ouvidos e afetava como seta pontiaguda nossos corações dedicados ao Senhor. Reencarnação, conceito pagão das raças asiáticas. Negação da potência divina que pode nos arrebatar ao sétimo céu pelas propriedades que possui. Reencarnação, renascer no mundo das ignomínias, dos prazeres sensuais, da gula, das tempestades familiares, sociais... Retroceder no tempo, fazer de novo o que já havia sido feito. Prosternar-se perante o mal que avilta as almas. Voltar a ser criança em braços frágeis, em mãos inábeis para guiar. Só se é criança uma vez. Só se nasce uma vez. Não se repete aprendizados. Como pode um acadêmico retornar aos bancos dos jardins de infância?

Estávamos indignados. Queríamos uma conversa séria com aquele pregoeiro de infâmias. Queríamos outro argumentador. Queríamos nossas liberdades. Queríamos demandar sozinhos as regiões do além. Não tardou muito e o tivemos de volta. Agora não seríamos simples ouvintes de uma prédica preparada. Seríamos interlocutores, debatedores e seríamos viajantes se não fôssemos respeitados em nossos conceitos e conteúdos. Marcados o dia e a hora, assentamos em poltronas dignas de nós. Nosso próter assumiu tribuna contígua àquele pregoeiro mal informado. Tudo era expectativa. A pressa fazia-nos impacientes. Era necessário resolver nossas vidas. Tempo demais fora gasto naquele posto localizado em meio a sombras. Não éramos sombras, portanto não nos assemelhavam àquele local.

– Sim, estou pronto. Disse-nos Tarcísio. Era este o seu nome.

– O que quis dizer quando se referiu a: “retornar” e “plantio simples da semente no chão do mundo”?

– Renascimento.

– Sempre renascemos um pouco a cada dia à medida que nos despertamos para os estudos da ciência e os avanços tecnológicos. Sempre renascemos quando nos propomos a seguir os caminhos do Senhor. Sempre renascemos quando nos tornamos espíritos e nos afastamos das lamas. Sempre renascemos quando abandonamos o mal para seguir o bem, honrando e louvando o nome de Deus. É este o renascimento que está nos propondo? Se for, queria saber que já somos renascidos e renasceremos sempre pelas nossas consciências despertas para as verdades espirituais que cultivamos ao longo de nossas vidas.

Ansir era pregador inflamado. O nosso principal detinha na fala o poder do convencimento posto que pela sabedoria. No princípio dos nossos estudos, viajamos quilômetros para vê-lo pregar. O teólogo mais arguto que conhecíamos. O mais firme em suas convicções. Muitos de nós passamos pela sua batuta de grande mestre. Tarcísio seria arrasado por ele dialeticamente falando. Estávamos confiantes na abjuração daquele senhor, caso estivesse nos propondo reencarnar.

– Sim, renascemos a cada dia pelo intenso movimento da alma em busca do seu Criador. E, como as ondas do mar, vamos e voltamos, no processo do fluxo e refluxo, energizando nossas consciências e higienizando nossas mentes. “È necessário nascer de novo” pregou-nos o Mestre quando esteve conosco glorificando a vida no corpo físico. Assim, retornar à forma física é, igualmente, glorificar o mundo e o caminho, realizar o que deixamos de fazer e refazer o que de errado construímos. Assim como o aluno que retorna ao banco da escola no dia seguinte, para relembrar e prosseguir.

Naquele momento entendemos que a discussão seria longa. Tarcísio e Ansir certamente enveredariam por caminhos dialéticos quem sabe até desconhecidos por nós. Ambos possuíam erudição contundente. Ambos eram perspicazes. Mas, como surpresa geral para todos, aconteceu o inusitado. Adentra àquele recinto o Pascoal de Tamisa, conhecido réprobo social, morto convenientemente pelas chamas que purificam. Era repugnante sua presença. Não pelas vestes sujas que porventura usasse. Ao contrário era limpo do corpo e sujo da alma. Aliciador de jovens pregava a igualdade entre os seres como se fosse possível igualar um santo a um paria. Levava jovens meninas para o banho batismal das suas pregações e as tornava pregadoras das suas idéias de conformação à vida que cada um tem e pelo auto unção através das mãos em pleno labor a favor do bem que ele acreditava. Estoico talvez, a relembrar os velhos ditos de Zenão de Cicio, séculos atrás. Os loucos diziam-se curados e tais jovens distribuíam gratuitamente pequenos frascos de água dizendo conter energias capazes de curar outras chagas mais. Era uma afronta aos boticários que estudavam as raízes, que se dispunham a colaborar com os médicos no fabrico dos remédios oficiais. Eram novas vestais ungindo e limpando vasos físicos com cantos de sereias. Tornaram-se bruxas encasteladas em choupanas apinhadas de sofredores. Pascoal de Tamisa ali se encontrava entre nós para um novo confronto. Nós o havíamos julgado e condenado. Devia estar nas profundezas abismais dos infernos. O que fazia ali ao nosso derredor? Muitos pensamos em levantar e seguir nosso caminho. Não fosse o olhar confiante de Ansir e teríamos feito o que pensávamos.

– Ombrear com parias é o mesmo que unir-se ao impuro. Não acha Tarcísio? O que faz aqui este ser ignóbil que um dia despachamos para os reinos ao qual pertence?

– Sim. Concordo com você Ansir. Não devemos nos unir àqueles que teimam por ficar à beira do caminho alimentando-se de larvas e também concordo que cada um habita ao reino que pertence.

Só não concordo com você quando fala referindo-se a Pascoal de Tamisa, nosso amigo e mestre, construtor deste abrigo para transeuntes a caminho da carne.

Céus! O que nos dizia aquele homem? Então estávamos acrisolados nas profundezas infernais levados pelos gênios das trevas? Era necessário fugir e rápido. Levantamos de inopino e nos dirigimos furiosos para o portão de saída na tentativa de arrombá-lo e fugir o quanto antes. Para espanto, o portão se abriu par em par e vimos lá fora, fumaça, cheiro de enxofre, gargalhadas, seres esqueléticos, monstruosos, suplicando entrar e detidos por correntes magnéticas. No alto falante uma voz feminina dizia-nos:

– Fujam, se desejarem. Contudo estarão fugindo de si próprios. Vejam lá fora, quantos desejam entrar e não podem ainda. Fujam e os encontrarão e eles os guiarão, aí sim, para os reinos infelizes das suas criações mentais e serão presas fáceis, pois que lá se encontram muitos inimigos que criaram ao longo das suas vidas de julgo e foice.

Sim, também havíamos sido juízes dos tribunais condenatórios da santa inquisição. Era dever julgar, era necessário castigar. E julgávamos e castigávamos de acordo com as leis da igreja em detrimento aos ensinos de Jesus que ensinava a perdoar setenta vezes sete vezes. Recuamos vagarosos. O portão fechou-se lentamente e, de novo, assentamos em nossos lugares e nos olhávamos com preocupação.

– Será que nos condenam? Perguntou Ansir que permanecera em seu posto.

– Não podem repetir os erros que cometeram. Respondeu Tarcísio com segurança.

– O que quer então? Cobrar-nos por aquilo que entendíamos ser o certo?

– Não. Apenas entregar a cada um de vós um recado de Jesus e Sua Amantíssima Mãe.

Falou na Mãe Santíssima, falou comigo. Eu havia perdido minha mãe quando era criança e adotei Maria de Nazareth como minha segunda mãe. Com ela, de mãos dadas, caminhei pela minha vida. Seria possível vê-la pessoalmente? Levantei-me e pedi a palavra.

– Sim. Permitiu-me Tarcísio.

– Posso encontrar-me com minha santa Mãe dos céus?

– E o que a diria, caso fosse concedido o vosso pedido?

– Eu a abraçaria como filho grato. Respondi.

– Seja-lhe então grato. Respondeu-me.

– Como? Perguntei admirado antevendo meu encontro com ela.

– Sendo o primeiro dentre vós a aceitar a nova realidade.

– Aceitar o que?

– Reencarnando como agricultor em terras prometidas da América, tornando-se sacerdote no cultivo de uma nova era.

Caí assentado. Era a cruz e a espada. A cruz que redime a espada que fere. Que direção daria à minha língua. Estava moralmente ofendido, queria revidar e não conseguia. Abaixei meus olhos e com e com isto um silêncio se fez. Pascoal de Tamisa caminhou lentamente em minha direção. Tomou meu rosto entre suas mãos e olhou-me profundamente. Suspirou e disse-me com harmonia:

– Eu te perdoo. É hora de se perdoar também.

Chorei e minhas lágrimas molharam suas mãos. Ele me permitiu chorar e colher o fruto das minhas impensadas reflexões. Outras lágrimas também se fizeram. Ansir e Tarcísio aguardavam nossos arroubos da emoção. Findo um tempo, Pascoal retornou a seu posto e nos recompusemos.

– A reencarnação na terra é propriedade dos humanos.

– Paulo nos disse que só se nasce uma vez! Retrucou Ansir

– Exato. Nascemos uma única vez. Não existe o efeito sanfona de irmos e voltarmos ao Pai várias vezes seria insensato. Saímos Dele uma única vez e seguimos a luz que esclarece quantas existências forem necessárias não só neste mundo como em muitos outros. Os céus estão salpicados de moradas do Pai. Não foi o que ouvimos do nosso Mestre?

Então ele nos dizia que nascemos uma vez de Deus e existimos várias vezes na terra. Fazia sentido. Somos peregrinos da sabedoria e do amor ao longo das existências. Arrisquei perguntar:

– É infinito nascer e morrer e renascer novamente?

– Não. Como bem dissestes não se repete lições aprendidas. Terminado um ciclo de aprendizado rumamos para outro ciclo.

Houve dentre nós pessoas que não aceitaram e rumaram para o portão que se abriu e eles se foram. Outros ficaram inclusive Ansir e eu. Passamos a frequentar aulas sobre os processos dos renascimentos e confesso que fiquei encantado. Era um portal novo. Nele Deus confirmava sua sabedoria e justiça. Reencarnamos e vivemos as agruras das nossas redenções e nos felicitamos por elas. Somos os cultivadores das nossas liberdades espirituais. Hoje quando caminho pelo mundo e vejo pessoas ainda presas aos velhos conceitos que negam a reencarnação penso em mim, há tantos séculos atrás. Também eu a neguei. Também me consumi nas querelas inóspitas em tribunas livres ou fechadas dos velhos mosteiros que guardam relíquias das velhas falas dos inconformados com a possibilidade de ser escravo, pedinte, andarilho ou analfabeto em próxima vida, sendo ele faustoso senhor nesta.

Concito-os a repensarem bastante o ato de negar a proposta dos renascimentos. Aqueles amigos que nos deixaram naquele dia perambulam por aí e continuam a negar essa essência divina que nos faz progredir. Ansir é hoje importante espírita pregando com clareza a hegemonia da reencarnação nos processos de fixação da aprendizagem. Eu me tornei escritor de contos e escrevo este para você, meu irmão. E saiba que estou me preparando para retornar. E me preparo com alegria e terei de novo minha mãezinha. Os séculos se passaram, mas nosso afeto de mãe e filho não. Naquele dia, naquele salão de conferências a Senhora Mãe de Jesus, de fato recebeu-me em seus braços, afagou-me e indicou-me o caminho. Graças a Deus que a atendi e o segui. Já ia me esquecendo, renascerá comigo Pascoal de Tamisa. Iremos juntos trabalhar na consolidação dos estudos mediúnicos em vários segmentos da sociedade, inclusive noutros templos ou doutrinas filosóficas que ainda não aceitam estuda-la como fazem os espíritas.

Aceitando, crescerão pelo que aprenderem e cada vez mais seus centros de estudos serão procurados por aqueles que querem saber algo maior e mais profundo. Renascendo, agora consciente deste processo, hei de caminhar melhor no novo tempo, geração, espaço e programação. Agora sei que é assim que acontece com todos renascem e terei ainda a companhia de Teresa Cristina, amiga e companheira e seremos pais. Meu Deus há quanto tempo sonho em ser pai novamente!



oooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo


“A reencarnação significa precioso ensejo de sublimar e superar, registrando como bênçãos nos refolhos da alma as experiências de libertação...”


Joanna de Angelis

Lampadário Espírita, FEB, 2005 –Cap. 24





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