Olá, amigos! Sejam bem-vindos a mais um “De mãos dadas com meus
neurotransmissores”!
Há 85 anos, a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conduz o mais longo estudo científico sobre a felicidade. Segundo esse estudo, a qualidade dos nossos relacionamentos é o principal indicador de nossa felicidade e saúde à medida que envelhecemos.
Não é novidade que as relações sociais próximas desempanham um papel muito importante no bem estar e na longevidade humana. No entanto, muitas pessoas sentem dificuldade em cultivar afetos e o sentimento de isolamento e solidão tem se tornado cada vez mais frequente.
Hoje iremos falar sobre uma molécula conhecida como “hormônio do amor”, que tem um papel muito importante no nosso comportamento social: a ocitocina. Ela atua de duas maneiras diferentes: age como um hormônio ao ser liberada na corrente
sanguínea e também funciona como um neurotransmissor no próprio cérebro. Imagine-a como uma pequena mensageira que facilita a comunicação entre as células do nosso cérebro, ao mesmo tempo em que viaja por todo o corpo para entregar outras
mensagens. Por isso, a ocitocina é categorizada como um neuro-hormônio.
Os primeiros efeitos conhecidos da ocitocina, descritos em 1909, foram a
estimulação da contração uterina durante o parto e da contração da musculatura
lisa para ejeção do leite na amamentação, e por isso seu nome tem origem em
“okytokine” que quer dizer “nascimento rápido”. Os estudos mais recentes deram
destaque a outras funções dessa molécula ligadas à percepção social e à cognição,
as quais iremos explorar melhor nesse texto.
A ocitocina está envolvida nos seguintes processos:
Aproximação e formação de laços entre as pessoas: promove a capacidade de interação, de percepções das expressões emocionais e modula funções como a confiança e o reconhecimento de emoções, exercendo papel fundamental na construção e manutenção dos nossos laços afetivos.
Generosidade e empatia: muitos comportamentos sociais positivos são influenciados pela ação da oxitocina no organismo
Diminuição da ansiedade e do estresse: A ocitocina participa da regulação do humor, induzindo uma sensação de calma e bem estar. Essas adequações também ajudam a regular a fobia social. As interações sociais positivas, ao mesmo tempo que promovem a secração da ocitocina, reduzem os níveis de cortisol, hormônio relacionado ao estresse, nos ajudando a lidar melhor com os desafios da vida.
Controle endógeno da dor, aumentando o nosso limiar de dor.
Relacionada com o sistema de recompensa, a ocitocina tem o potencial de reduzir o desejo e os sintomas de abstinência em pacientes dependentes de drogas.
Em resumo, a oxitocina é um hormônio que auxilia na promoção de vários
comportamentos essenciais à sobrevivência e manutenção de boas relações entre os indivíduos e, consequentemente, na manutenção do bem estar. Não é que ela seja o
único “hormônio do amor”, pois ela não atua de maneira isolada: outros fatores,
componentes e hormônios estão envolvidos na “neuroquímica do amor”. Entretanto,
sem dúvidas ela participa do processo de afeto, carinho e construção de vínculos.
Agora que já entendemos a importância da ocitocina, chegamos ao momento de nossa
coluna em que conversamos sobre como ajudar nosso corpo a manter níveis saudáveis
desse mensageiro!
Como estimular a secreção de ocitocina no nosso organismo?
Caridade: quanto mais atos de generosidade o indivíduo pratica, mais libera ocitocina de forma natural no organismo.
Alimentação balanceada, que inclua alimentos que estimulem sua produção, como chocolates, oleaginosas (castanhas, avelã e pistache), banana, folhas verde escuras, proteínas (especialmente ovos e frutos do mar) e leite
Abraçar: Isso mesmo! O toque físico é necessário para favorecer um bom desenvolvimento físico e emocional. Auxiliando na conexão social que é considerada em alguns estudos como um fator de proteção contra doenças físicas e emocionais e tem associações positivas com o funcionamento dos sistemas cardiovascular, endócrino e imunológico. Visitar o GRESG presencialmente é um bom hábito para estimular a produção de serotonina, não é mesmo?
Na fase da infância, o comportamento parental é de extrema importância para o desenvolvimento dos indivíduos, pois os receptores de oxitocina precisam ser estimulados desde o início da vida por meio do amor, atenção e cuidado necessários nessa fase.
Ocitocina sintética: a reposição de ocitocina tem sido estudada para auxiliar no manejo do transtorno do espectro autista e no transtorno de ansiedade generalizada. Para essa reposição, orientação médica se faz necessária.
Esperamos que esse texto faça você buscar alguém para abraçar, praticar um ato
generoso ou reforçar uma conexão com alguém que você não vê a um tempo! Somos
seres sociais, tanto a ciência quanto o espiritismo nos levam a entender a importância
das nossas relações para a nossa saúde e felicidade.
Obrigada por nos acompanhar até aqui e até o próximo “De mãos dadas com meus
neurotransmissores!
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