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PERDOAR É LIBERTAR-SE

Sentada em minha cama, em meio a muitas reflexões, me colocava a pensar sobre a palestra que acabara de ouvir. O palestrante havia discursado durante horas a fio sobre o perdão. Sempre achei esse tópico tão distante de mim. Mas algo havia me tocado fundo, como nunca antes acontecido. Em um determinado momento o palestrante respira e diz: "Perdoar é sentenciar-se à liberdade". À princípio essa frase não fez muito sentido. Mas comecei a pensar na minha vida. Desde que havia me sentindo injustiçada com as palavras duras e críticas "infundadas" da minha irmã, minha vida tinha perdido a leveza. Passava dias e dias imaginando o que poderia falar com ela quando a visse. Precisava que ela sentisse meu desprezo e, por que não dizer, a minha raiva. Nunca iria perdoar por ela não estar do meu lado quando a vida tinha sido tão injusta comigo. Dentro de mim torcia para que ela passasse por maus bocados para poder sentir na pele o que eu vivia. Aí sim ela ia perceber que eu estava certa. Sim, eu tinha uma certeza cega que a injustiça pela qual eu havia passado não era merecedora. Foram horas e horas chorando, com meu fígado em estilhaço. A bílis proveniente da raiva queimava minhas entranhas. Fui perdendo noites de sono e consequentemente a saúde. Foi aí que tudo fez sentido: eu havia me sentenciado à uma prisão dentro da minha própria dor. Eu não respirava mais vida; apenas ódio emanava de mim. Era como se tivesse presa a um ímã de energia tão negativa que me puxava para trás mesmo quando eu tentava seguir adiante. E se eu estivesse realmente errada? E se minha irmã só quisesse ter me aberto os olhos? E se eu tivesse desperdiçado momentos preciosos da minha vida para alimentar a minha fúria, o meu orgulho e o minha vaidade? Deus, eu estou presa dentro de uma gaiola que eu mesmo construí para mim. Eu fechei o cadeado mas a chave estava todo tempo ao meu alcance. Contudo eu não conseguia perceber. "Estou me destruindo, dia após dia, hora após hora, minuto após minuto", pensei eu. Naquele momento me enchi de um amor que nem eu sabia que estava dentro de mim. Peguei o telefone e disquei. Do outro lado da linha atende minha irmã toda feliz: "É você, irmã querida? Como tenho pedido a Deus para você voltar para minha vida. Eu te amo tanto." Naquele exato momento eu não precisei nem da chave; o cadeado se quebrou como que por encanto e eu consegui sentir de novo a brisa leve da liberdade e da paz. Sim, senhor palestrante! Você estava certo. Perdoar é sentenciar-se à liberdade.

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